quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Evangelização Infantil

        Em 2005, fui convidada a ser Evangelizadora Infantil, pela facilidade que tinha com as crianças, pois era recreadora infantil. No começo essa ideia me assustou muito, talvez porque, dentro de mim, já sabia da grande responsabilidade que isso despertava e exigia, não era brincadeira.

        A medida que minha amiga/tutora (pedagoga e evangelizadora) me orientava, ajudava a preparar as aulas, fornecia livros e apostilas sobre as atribuições do evangelizador e da importância da evangelização do ser em sua mais tenra idade (assim como o envolvimento com as crianças), eu percebi que ser evangelizadora de crianças é uma das missões da minha vida. Fazer esse trabalho voluntário, mas com responsabilidades e disciplina enormes, me realiza e me completa.

    Responsabilidades que exigem estudos constantes, aprimoramento, compromisso, interesse em aprender, troca de experiência entre os grupos afins e entendimento que não é um trabalho individual, mas ele é realizado com uma grande equipe, incluindo uma vasta rede de auxílio das múltiplas dimensões.

        Cada vez que estudo, me preparo para cada aula é um grande aprendizado para a vida. A primeira pessoa a ser evangelizada ali, sou eu mesma. Cada aula dada é um tesouro de sentimentos, amor e realização. Observo também em mim, o desabrochar das minhas faculdades e meus talentos.

        Acredito que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida para termos uma vida mais equilibrada, com coragem e fé para enfrentar os desafios que sempre aparecem.        

        Sinto o Amor ao ideal pulsar em minhas veias, acredito na primeira fase da vida de um indivíduo ser o melhor período para evangelizar e incutir a verdade, a boa índole, a caridade, as virtudes, o conhecimento espiritual, pois a criança está mais aberta ao aprendizado e a formação moral cristã, iniciada na infância, a criança construirá um mundo cada dia melhor.

        Creio também que o envolvimento da família na evangelização do ser se torna enriquecedor, e fortalece a fé.

        Algumas histórias me foram intuídas a escrever, e a medida que as vou escrevendo, vou listando aqui.

    • A História dos Três Reis Magos (Nov-2022)
    • Autoestima
    • O sonho de Louise

                                                                                            Jan / 2024




quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Nos Primeiros Tempos

        Garimpando meus cadernos antigos, entre figurinhas de Amar é..., papéis de carta, recortes de figuras artísticas de revistas e cópias de versos achados na Revista Seleções, encontrei meus próprios escritos que agora transcrevo com os devidos erros corrigidos.

NO ÔNIBUS

        - Oi João, como vai a Joana?

        - Oi José, a Joana vai bem e a Josefina?

        - Ela vai bem, passa lá no meu banco hoje para batermos um papo.

        - Qual banco?

        - É fácil de achar, fica na praça.

        - Que horas você estará lá?

        - Às três da tarde.

        - Falou, até às três.

        Os dois desceram do ônibus, apertaram as mãos e cada um foi para um lado.

        José, que era dono do banco, ficou esperando o amigo no lugar marcado. João foi ao banco da praça e não achou José; perguntou à balconista:

        - O senhor José está aí?

        - Não, aqui não tem nenhum José.

        - Mas como não tem nenhum José?

        - Desculpe moço, aqui não trabalha ninguém com este nome.

        João saiu aborrecido do banco pensando se o amigo tinha lhe pregado uma peça. Logo que saiu, viu seu amigo sentado num banco e falou furioso:

        - Eu não marquei com você, às três horas no banco da praça?

        José disse confuso:

        - Estou aqui à meia hora, este banco é meu, eu o comprei porque daqui se vê uma linda vista.

                                                                            12/04/1985

                                                                               13 anos

        Ai! Cada mal entendido que se dá! 


A CONQUISTA

        Numa casa de campos, moravam Manuel, Rosa e seu filho Joaquim. O pai disse que quando o filho tivesse 18 anos, ele iria para cidade grande estudar e trabalhar. 

        Era um bom moço, educado, esperto, simpático e inteligente e agora que já estava na idade de sair de casa, arrumou suas coisas e quando pegou em uma mesa uma foto de seus pais, escorreram lágrimas de seus olhos. Arrumou tudo e foi para sala dizendo para o pai que já estava na hora de  ir embora.

        - Senta aqui - Manuel disse - vamos ter uma conversa de pai para filho, peço a você para ir, porque quero que você conheça a vida lá fora, seja um viajante para conhecer lugares e gente diferente, para que você seja um homem importante na sociedade, trabalhador. E você é capaz disso, meu filho. Guardei um pouco de dinheiro da safra que vendi semana passada, toma esse dinheiro para você, vai ajudar a começar uma vida.

        Quando tinha acabado de falar, Rosa entrou na saleta:

        - Não esquece de escrever, leva esse sanduíche para comer no caminho - disse chorando.

        Depois de se despedirem, Joaquim pegou a estrada e andou até a cidadezi-nha próxima e pegou um ônibus para a cidade grande.

        Logo depois, Manuel e Rosa receberam uma carta do filho que dizia que só tinha arranjado um quartinho sujo, longe do centro da cidade, porque fazia favores para a dona do quarto e que se não melhorasse e não achasse um emprego, voltaria para a casa.

        O casal ficou preocupado a espera de uma outra carta.

        Passaram duas semanas e receberam outra carta. O filho dizia que tinha arranjado um emprego sem garantias, que continuava no subúrbio, mas em um outro quartinho mais limpo. O filho disse que se não melhorasse o ordenado, e não achasse um emprego melhor ele não voltaria, porque agora estava decidido: "vou ganhar na vida, custe o que custar".

        Mesmo assim o casal continuava preocupado, o pai estava pensando em dar uma força para o filho, mas não tinha condições de deixar a mulher e muito menos viajar. E ficaram a espera de uma outra carta.

        O filho sempre correspondia, mas ele estava sempre na mesma. Passado três meses receberam uma carta do filho dizendo que está morando numa pensão barata, mas de boa instalação: comida e roupa lavada. E que mais tarde alugaria um apartamento, que estava estudando, conseguiu arranjar um ótimo emprego e já tinha até uma namorada. No final do ano compraria um carro e gostaria que seus pais fossem visitá-lo.

        O casal ficou muito orgulhoso de seu filho e assim... como sempre... "viveram felizes para sempre".

                                                                                 Ago/1985

                                                                                   13 anos

        "Quem vai à luta, consegue".





Circuito fechado da Ana

  Cama, banheiro, óculos, remédio, garrafinha, cama, oração, chinelos, cozinha, gatos, ração, chaleira, água, garrafa, coador, café, xícar...